quinta-feira, 19 de novembro de 2015







"Relação entre Biotecnologia, Meio Ambiente e Sustentabilidade: aspectos positivos e negativos.

Desenvolvimento sustentável refere-se à capacidade de produtores e fabricantes satisfazerem as necessidades de produtos atuais ao mesmo tempo em que preserva a capacidade de atender essas necessidades no futuro. Concretamente, o seu objetivo é reduzir a taxa em que os recursos naturais são utilizados, reduzir a quantidade de poluição criada, e proporcionar produtos suficientes, como alimentos, de forma a satisfazer as necessidades da população. O conceito de desenvolvimento sustentável reconhece a natureza interdependente da economia, ambiente e sociedade. O resultado é que algumas iniciativas do desenvolvimento sustentável estão sendo levadas a cabo por todos os setores da sociedade, incluindo os consumidores, o governo e a indústria. No Brasil, a biotecnologia está avançando muito em algumas áreas estratégicas e vem lançando o país no cenário internacional, principalmente devido aos trabalhos com genética molecular. Um dos grandes desafios mundiais deste século é aceitar as transformações através da inserção de novas tecnologias sem que haja degradação ambiental ou comprometimento da manutenção da vida na terra. Por isso, é muito importante que o desenvolvimento biotecnológico esteja adequado as boas práticas da sustentabilidade.
No entanto a biotecnologia não é algo novo e cultivar vegetais, domesticar animais, transformar os alimentos ou aproveitar as propriedades curativas de algumas plantas são atividades que remontam à alvorada da humanidade e se desenvolveram com base no conhecimento empírico, ignorando a existência dos microrganismos ou das leis da hereditariedade. Assim nasceu a biotecnologia, baseando-se nas necessidades apresentadas pelo homem e o desenvolvimento sustentável chegou à frente de debate nos últimos anos, levando em conta a necessidade de encontrar um equilíbrio entre meio ambiente, sociedade e economia.
A biotecnologia pode aparecer em diversas aplicações, como por exemplo, o uso de biopesticidas, desenvolvimento de organismos geneticamente modificados (OGM), desenvolvimento de novas vacinas, kits de diagnósticos, novos medicamentos, produção de proteínas terapêuticas, novas matrizes energéticas, materiais e componentes eletrônicos biodegradáveis.
 Assim vemos a importância do desenvolvimento da biotecnologia principalmente na produção de alimentos e de energias renováveis, como é o caso dos biocombustíveis, pois o uso de combustíveis fósseis é uma das principais causas de liberação de gases do efeito estufa, principais responsáveis pelas mudanças climáticas que estamos vivendo. Assim, a substituição da gasolina por biocombustíveis, como o etanol, apresenta-se como uma solução biotecnológica para evitar futuros problemas de carência de energia e de graves alterações ambientais.
Outra aplicação muito importante da biotecnologia é para resolver a questão do lixo urbano e industrial, com a substituição de plásticos de origem petroquímica por plásticos produzidos por micro-organismos. Isso seria altamente desejável, uma vez que os biopolimeros são materiais biocompatíveis e totalmente biodegradáveis, e estudos já avançam nesse sentido, o que impede que isto já seja uma realidade comum é o preço da produção desses biopolimeros. É possível, entretanto, prever que a situação atual se modifique, à medida que o petróleo se torne escasso, tornando os produtos obtidos a partir de matérias-primas renováveis de menor custo que os produtos da indústria petroquímica.
A biotecnologia abrange diversas áreas, outro exemplo é a biorremediação que é a utilização de seres vivos para descontaminar ou reduzir o teor de poluentes no meio ambiente. Com efeito, diversas plantas e micro-organismos são capazes de acumular e transformar diferentes poluentes em substâncias com toxicidade reduzida (Atlas & Unterman, 1999 apud Schenberg, 2010). Considerando que as tecnologias convencionais de remediação ambiental são em geral inadequadas para reduzir a níveis aceitáveis as concentrações de metais pesados em efluentes contaminados, a biorremediação se apresenta como uma solução alternativa de grande interesse. Além disso, os métodos biotecnológicos para a detoxificação de efluentes são menos onerosos que as tecnologias convencionais.
            Como vimos a biotecnologia pode trazer diversos benefícios para o meio ambiente, mas ainda assim em algumas de suas utilizações tem-se que aprofundar os estudos dos efeitos contrários ao que se espera das modificações causadas e quais efeitos que elas trarão a longo prazo. No caso dos alimentos GM quais riscos a população estará exposta ao consumi-lo? Nas plantações de clones de arvores como elas reagiriam á pragas das quais não pudessem se defender? Com certeza a perda seria enorme. E como esses OGM se comportariam num meio em fossem superiores? A dizimação da diversidade natural causaria prejuízos ao equilíbrio.
             A biotecnologia é objetivada como uma atividade sustentável que tem por finalidade a utilização racional do potencial dos mecanismos biológicos para o desenvolvimento da espécie humana, o que implica a precisão e a previsibilidade da qualidade dos produtos e resultados, a garantia da sua inocuidade (quer para o Homem, quer para o Ambiente em geral), bem como a redução de custos de produção e dos impactes ambientais das suas atividades.
              Por isso é importante entender o que realmente pode ser considerado um avanço biotecnológico capaz de beneficiar a sociedade em relação ao ambiente daquele que somente trará benefícios econômicos.



Referencias:

CIB. Biotecnologia e meio ambiente: uma associação a favor da sustentabilidade. 2013. Disponível em: http://cib.org.br/em-dia-com-a-ciencia/biotecnologia-e-meio-ambiente-uma-associacao-a-favor-da-sustentabilidade/ acesso em 18/11/15.

GUIMARAES, Marco Cesar Cunegundes, GAMA F, Reubes Valério Da. CORREIA, Vitor Guimarães. BIOTECNOLOGIA E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NO BRASIL, Revista Visões 4ª Edição, Nº4, Volume 1. Espirito Santo. 2008.

MALAJOVICH M. A. Biotecnologia 2011. Rio de Janeiro, Edições da Biblioteca Max Feffer do Instituto de Tecnologia ORT, 2012.

RODRIGUES, Ana Cristina. BIOTECNOLOGIA, AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL.

SCHENBERG ,Ana Clara Guerrini. Biotecnologia e desenvolvimento sustentável. estudos avançados 24 (70), 2010.







quinta-feira, 19 de março de 2015

quarta-feira, 11 de março de 2015

Oi gente curtam a história da melissa uma abelhinha muito inteligente que interage com a natureza.


"vida de abelha, tarefa difícil"




terça-feira, 12 de agosto de 2014

Primeiros engenheiros surdos do Centro-Oeste formam em Divinópolis
Eles contam como foi estudar com não surdos e conquistar graduação.
Noite das homenagens da Engenharia de Produção será na segunda (27).
Marina AlvesDo G1 Centro-Oeste de Minas


Irmãos passaram por toda a graduação juntos
(Foto: Sagae Formaturas Paraná/Arquivo pessoal)
Concluir uma graduação é uma conquista para muitos jovens por todo o país. Mas para dois alunos de Engenharia de Produção em Divinópolis, essa vitória é ainda maior. Mariana de Oliveira Ferreira, de 25 anos, e Felipe de Oliveira Ferreira, de 27, são irmãos e decidiram vivenciar juntos também os cinco anos da graduação. Além disso eles estão fazendo história como os primeiros estudantes com deficiência auditiva a se formarem como engenheiros de produção no Centro-Oeste de Minas, segundo um levantamento da Fundação Educacional de Divinópolis da Universidade do Estado de Minas Gerais (Funedi/Uemg), instituição onde eles formaram.
Assim como a maioria dos adolescentes, foi no ensino médio que Mariana decidiu qual seria a profissão após ficar em dúvida quanto a outras graduações. "Pensei em administração, contabilidade, matemática e design de moda. Por fim optei por Engenharia de Produção", recordou. Felipe, ao contrário da irmã, estava decidido quanto ao curso que escolheria. "Não pensei em escolher outro. Até pensei em fazer ciências da computação, mas no final eu queria mesmo era engenharia", afirmou...


Leia mais em: http://g1.globo.com/mg/centro-oeste/noticia/2014/01/primeiros-engenheiros-surdos-do-centro-oeste-formam-em-divinopolis.html
O surdo bilíngue

Procurando fugir da necessidade de optar entre uma língua de base visoumanual – que evidencia a surdez e, portanto, a deficiência e a diferença – e outra da base audioverbal – que reflete a normalidade -, surge uma possibilidade de resolver o conflito: proporcionar a aquisição das duas línguas para o surdo e torna-lo um bilíngue. Para tanto, os principais responsáveis pelos surdos – seus pais- devem possibilitar à criança meios de adquirir tais línguas. Levar o filho para interagir com adultos surdos proficientes em língua de sinais enquanto eles próprios devem fazer aulas para adquirir essa língua e, juntamente, realizar protetização precoce e submeter a criança à terapia fonoaudióloga, a fim de que desenvolva também a fala. Contudo, segue a dúvida: em casa, os pais devem falar ou usar a língua de sinais? Eles são orientados para se comunicar com o filho em língua de sinais, mas também por meio da fala. Dessa forma, encontram um meio termo, misturam as duas línguas. Qual a repercussão disso na aquisição da língua da criança adulta?
O bilinguismo na surdez surgiu na década de 1980. A fundamentação dessa abordagem é o acesso da criança, o mais precocemente possível, à língua de sinais e à linguagem oral. No entanto, ambas não devem ser assimiladas simultaneamente, dada a diferença estrutural entre elas. A língua de sinais (L1, primeira língua) deve ser adquirida por meio da interação entre a criança e o adulto surdo, e a língua na modalidade oral será fornecida à criança pelo adulto ouvinte, surgindo como segunda língua (L2), teoricamente baseada nas habilidades linguísticas já desenvolvidas pela primeira língua. Dessa forma, o surdo pode apresentar um desenvolvimento linguístico-cognitivo paralelo ao verificado na criança ouvinte. Além disso, pode haver interação harmoniosa entre ouvintes e surdos, havendo acesso às duas línguas: a de sinais e a da “comunidade ouvinte” (Moura, 1993).
O bilinguismo inaugura um novo debate na área da surdez: ele defende a primazia de uma língua sobre a outra ou seja , da língua de sinais sobre a língua portuguesa, antes aprendida simultaneamente, na comunicação total, ou isoladamente – a linguagem oral, no oralismo, ou a língua de sinais, quando se afirmava que o surdo não aprenderia jamais a falar. Essa primazia, defendida por muitos autores, tem por base dois argumentos. Primeiro, a presença de um período crucial para a aquisição da linguagem. Segundo, a existência de uma competência inata, pressuposto núcleo duro do paradigma inatista, segundo o qual, para aprender uma língua, bastaria estar imerso em uma comunidade linguística e receber dela inputs linguísticos cruciais.
Há, na proposta bilíngue, uma falta de consenso com relação à aquisição da segunda língua. Alguns autores defendem a ideia de que a língua de sinais deve ser aprendida antes do português, devido à diferença estrutural das duas línguas e visando ao desenvolvimento linguístico e cognitivo do surdo. Outros defendem que as duas línguas devem ser aprendidas simultaneamente. Outros ainda defendem que se deve ensinar apenas a modalidade escrita de língua portuguesa, e não a oral. E, por fim, há aqueles que acreditam que se deve ensinar ao surdo ambas as modalidades do português, o ensino da oralidade podendo ou não ser feito por meio da leitura e da escrita. Essas diferentes propostas são resultado das várias definições de surdo bilíngue. Derivam, pois, do conceito que se adota de bilinguismo e de fato de que a aquisição é concebida como um ato individual, de apropriação que se faz da língua.
Enquanto não se considera que as implicações linguísticas estão relacionadas diretamente às sociolinguísticas, pragmáticas, psicolinguísticas, neolinguísticas, continua-se discutindo as abordagens para a surdez como se elas não surgissem das possibilidades sociocognitivas do surdo em adquirir língua.  Como se o processo fosse o inverso: a abordagem educacional decide que língua o surdo pode/deve usar. Acrescento que isso tem consequências diretas no trabalho terapêutico desenvolvido com os surdos. É por isso que a discussão do bilinguismo na surdez deve ultrapassar o “método bilíngue” e concentrar-se na discussão sobre o funcionamento da(s) língua(s).


Texto retirado do livro de: SANTANA, Ana Paula. Surdez e Linguagem: Aspectos e implicações neolinguísticas. São Paulo: Plexus,2007. 165 p. 

Entrevista com professor de Libras sobre experiências com a surdez





Este
mostra a vivencia do professor em sala de aula, assim como sua própria historia
de vida quando criança, enquanto aprendiz da língua de sinais e sendo obrigado
a oralizar.

O desenvolvimento comunicativo e linguístico


Os ambientes linguísticos em que as crianças surdas se desenvolvem são muito variados, por isso os processos de socialização linguística são, igualmente, bastante diferentes. As crianças surdas cujos pais usam sinais adquirem de forma espontânea a língua utilizada no ambiente familiar. A relação que existe entre a criança surda e o input linguístico é semelhante ao que se estabelece entre a criança ouvinte e a linguagem oral falada na sua família. Nessa situação, encontram-se inicialmente 10% das crianças surdas cujos pais também são surdos. Todas as demais crianças surdas têm pais ouvintes que não conhecem, pelo menos de início, a linguagem de sinais.
Os pais ouvintes utilizam habitualmente a linguagem oral, contudo, podem aprender algum sistema de comunicação com sinais, quando consideração as consequências positivas de sua utilização para a criança surda. Em alguns casos, esse sistema de comunicação é a linguagem de sinais própria da comunidade de pessoas surdas
.

Texto retirado do livro de: COLL, César. MARCHESI, Álvaro. PALACIOS, Jesús. Desenvolvimento Psicológico e educação: Transtornos de desenvolvimento e necessidades educativas especiais. 2° edição. São Paulo: Artmed,2004. 176 p.